sexta-feira, 15 de abril de 2011

Novo Olhar Sobre a Antiga Praça

No último fim de semana, participei de um ensaio fotográfico ambientado em plena Praça da Estação.

Por mais conhecida que a praça seja, sempre é bom revê-la com olhares renovados, observando ângulos, texturas, cores e um todo, que revela um espaço multicultural e sempre surpreendente, onde estudantes, trabalhadores, mendigos e todo o tipo de público se mistura.

Oficialmente Praça Rui Barbosa, a Praça da Estação é um dos ambientes mais antigos e tradicionais da capital mineira. Ponto de Encontro pela sua localização central e fácil acesso pelo metrô, ali é palco para todo o tipo de manifestação: política, esportiva, festiva. Mas o atrativo principal da Praça é o complexo arquitetônico, que surpreende pela beleza singela e representatividade de um estilo que alcançou uma incrível originalidade na fundação de BH: o ecletismo, com seus laivos de neoclássico e toques de art noveau.

O prédio da praça abriga também o museu que interessa pelo tema: O museu de Artes e Ofícios, onde podemos visualizar uma infinidade de utensílios para os mais diversos usos, tudo da época em que todas as coisas eram manufaturadas. Para qualquer designer, é uma viagem bacana ao tempo das coisas, coisas que estão hoje tão presentes no nosso cotidiano, e atividades que eram realizadas de forma totalmente diferente do conhecido por nós, como a ourivesaria, a barbearia, a arte de trabalhar o couro, a chapelaria.

A entrada é franca. Depois da visita, parada para descansar e bater um papo no charmoso café do saguão principal.

Para noivas, debutantes e o pessoal da moda que deseja usar o espaço para ensaios fotográficos (vale muito a pena, pois além da arquitetura ser maravilhosa, com guarda corpos rendilhados, piso em mosaico e colunas em granito, o prédio tem uma luz natural incrível no horário de sol a pino e mesmo com tempo nublado) basta procurar a diretoria e marcar um horário. Cobra-se uma taxa e o acesso aos ambientes interessantes é garantido por um funcionário que fica à disposição.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Na balada BH: Bailando no Paco

Hoje a dica é sobre Baladas em BH!




Como uma boa belo horizontina e como uma baladeira de carteirinha, posso dizer que a noite de BH não prima pela qualidade, nem pela diversidade. Eu diria que o povo de Belo Horizonte não é assim muito baladeiro, como o carioca ou o paulista por exemplo. Talvez por que nós mineiros somos um pouco intimistas na hora do lazer. A gente ainda prefere curtir um espetáculo artístico, sentar num boteco para gastar papo com amigos, bebericar na casa de alguém ou uma roda de viola.

Outra característica do mineiro é que a gente enjoa rápido dos lugares. Um "ponto de encontro" tradicional na capital mineira é quase uma raridade. Geralmente os bares da moda e as boates duram uma, duas, três estações e já ficam caídos, o público pára de frequentar e migra para outro local recém inaugurado.

Porém, há ainda algumas boas exceções. Um exemplo de regularidade na noite belo horizontina é o Paco Pigalle, uma casa noturna que, apesar de ter se adaptado um pouco com o passar dos anos e ter passado por vários endereços em Belo Horizonte, continua como uma boa  opção de diversão na capital mineira.

Eu frequentava o Paco muito novinha, quando ainda funcionava na Casa do Jornalista, na aveninda Álvares Cabral. Quem é desse tempo, vai se lembrar que o Paco, naquela época, era uma coisa totalmente original. A pista fervia com ritmos latinos, comandada pelo proprietário que empresta o nome à casa, e recebia o público mais perturbado da vibe intelectual alternativa de Belo Horizonte. Playboy não tinha vez... Depois o Paco viveu um período que eu chamo de negro, no Barro Preto. De uns anos para cá a sede definitiva é a Avenida do Contorno, no bairro Floresta, onde faz a linha "inferninho". Com música hoje mais eclética, a casa ainda conta com shows de drag queens e pole dance muito divertidos.

Eu diria que o Paco Pigalle, apesar de tudo, ainda é um lugar (dos poucos) onde a gente pode ser divertir sem ter que fazer carão, como em algumas boatezinhas do circuito do Seis Pistas e bairro de Lourdes de BH. É um lugar que costuma ser frequentado por pessoas interessantes e alternativas, um pouco mas democratizado (aceita bem o povo GLS). E onde, sempre podemos contar com estilos de música dos mais variados, samba, pop rock, discoteque, anos oitenta, passando é claro pelo hause e finalmente, a marca registrada do Paco, os ritmos latinos, como salsa, merengue, rumba, que são uma delícia de dançar junto.

A última vez que fui ao Paco, conheci uma moça (de luvas mitene rendadas à lá Madonna nos anos oitenta) que tinha passado muitos anos em Londres e o que ela me disse foi o seguinte: esse lugar é a balada mais parecida com qualquer coisa na Europa que existe em Belo Horizonte.

Acho que é um elogio e tanto!

Paco Pigalle - Avenida do Contorno, 2314 - Floresta - 3222-4948
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