Hoje a dica é sobre Baladas em BH!
Como uma boa belo horizontina e como uma baladeira de carteirinha, posso dizer que a noite de BH não prima pela qualidade, nem pela diversidade. Eu diria que o povo de Belo Horizonte não é assim muito baladeiro, como o carioca ou o paulista por exemplo. Talvez por que nós mineiros somos um pouco intimistas na hora do lazer. A gente ainda prefere curtir um espetáculo artístico, sentar num boteco para gastar papo com amigos, bebericar na casa de alguém ou uma roda de viola.
Outra característica do mineiro é que a gente enjoa rápido dos lugares. Um "ponto de encontro" tradicional na capital mineira é quase uma raridade. Geralmente os bares da moda e as boates duram uma, duas, três estações e já ficam caídos, o público pára de frequentar e migra para outro local recém inaugurado.
Porém, há ainda algumas boas exceções. Um exemplo de regularidade na noite belo horizontina é o Paco Pigalle, uma casa noturna que, apesar de ter se adaptado um pouco com o passar dos anos e ter passado por vários endereços em Belo Horizonte, continua como uma boa opção de diversão na capital mineira.
Eu frequentava o Paco muito novinha, quando ainda funcionava na Casa do Jornalista, na aveninda Álvares Cabral. Quem é desse tempo, vai se lembrar que o Paco, naquela época, era uma coisa totalmente original. A pista fervia com ritmos latinos, comandada pelo proprietário que empresta o nome à casa, e recebia o público mais perturbado da vibe intelectual alternativa de Belo Horizonte. Playboy não tinha vez... Depois o Paco viveu um período que eu chamo de negro, no Barro Preto. De uns anos para cá a sede definitiva é a Avenida do Contorno, no bairro Floresta, onde faz a linha "inferninho". Com música hoje mais eclética, a casa ainda conta com shows de drag queens e pole dance muito divertidos.
Eu diria que o Paco Pigalle, apesar de tudo, ainda é um lugar (dos poucos) onde a gente pode ser divertir sem ter que fazer carão, como em algumas boatezinhas do circuito do Seis Pistas e bairro de Lourdes de BH. É um lugar que costuma ser frequentado por pessoas interessantes e alternativas, um pouco mas democratizado (aceita bem o povo GLS). E onde, sempre podemos contar com estilos de música dos mais variados, samba, pop rock, discoteque, anos oitenta, passando é claro pelo hause e finalmente, a marca registrada do Paco, os ritmos latinos, como salsa, merengue, rumba, que são uma delícia de dançar junto.
A última vez que fui ao Paco, conheci uma moça (de luvas mitene rendadas à lá Madonna nos anos oitenta) que tinha passado muitos anos em Londres e o que ela me disse foi o seguinte: esse lugar é a balada mais parecida com qualquer coisa na Europa que existe em Belo Horizonte.
Acho que é um elogio e tanto!
Paco Pigalle - Avenida do Contorno, 2314 - Floresta - 3222-4948
Programação e informações
Clique Aqui