sábado, 17 de outubro de 2009

Rua do Ouro

Ah, que privilégio poder, nesses tempos modernos, passar, em plena metrópole mineira,  diariamente, debaixo de uma amoreira!
Bom, eu nunca tinha percebido que era uma amoreira, até que, ao passar, recebo um jato roxo em minha camisa alvíssima... Olhei para cima e vi os bagos de um púrpura escuro apinhando um galho que apontava para a calçada. Levantei a mão e catei alguns, e fui comendo amora o resto do quarteirão até o meu trabalho.

Outra maravilha que encontrei por acaso foi uma Lavanderia Self Service. Sempre achei interessante, nesses filmes americanos mais alternativos, em que o par romântico se conhece numa lavanderia dessas, de madrugada, por que são almas solitárias e só podem lavar a roupa assim...

Ainda que uma lavanderia self service não seja lá uma grande vantagem, conforme me disseram quando falei desse achado, já que, se for para lavar roupa, que se lave em casa, e se é para pagar, não precisamos pagar para lavar nós mesmos a própria roupa...



quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Buteco com U


Que se diz por aí que Belo Horizonte é a cidade com mais butecos por quarteirões do Brasil, quiçá do mundo inteiro, não é nenhuma novidade.


Antes eu achava que essa lenda era coisa da mídia, para promover festivais como o nosso já tradicional Comida di Buteco, daí passei a andar pelas ruas contando quantos butecos havia nos quarteirões. Eu cheguei a contar 23 butecos num único quarteirão...

Não sei o que leva os belo horizontinos a gostarem tanto de um buteco. Tudo bem que não temos praia, mar etc, e que também somos um povo bebedor por natureza, mas fico pensando se há belo horizontino suficiente para tanto bar.

O fato é que em Belo Horizonte, butecar é um verbo fácil. E criatividade é o que não falta na hora de batizar os butecos. Geralmente o proprietário tem tanto carinho pelo seu empreendimento que o batiza com o próprio nome, é uma tendência bem forte chamar o buteco de Bar do João, Bar do Tião, Bar do Pedro, Bar do Zé... Quando um nome entra na moda então, não precisa ter haver com o dono, tá na mídia, pega, é por isso que tem tanto Bar do Manuel, Espetinho do Manuel, Churrasquinho do Manuel... Ou ainda, Xico do Churrasco, Xico da Carne... Vai se copiando, mas falando diferente... Também é comum um bar ter um nome, mas ser chamado de um carinhoso apelidinho, como o Bar do Antônio, por exemplo, que é mais conhecido como Pé de Cana.

Em BH há vários tipos de Buteco. Há dos piores copo sujos aos chiquezinhos. Para todos os públicos, gostos e bolsos. O bar evolui em BH, começa um muquifo, e à medida que vai se tornando patrimônio da região e o dono ganhando dinheiro, aumenta-se ali, reforma-se aqui... Até o bar ficar bem arrumadinho e abrir uma filial na Savassi.

O rito de passagem de um buteco muquifo para um arrumadinho é participar do festival já citado Comida di Buteco. Este acontece um pouco antes do inverno, e movimenta a cidade. É quando se substitui a tradicional Skol pela Bohemia, que é mais cara, mas patrocina o evento. O festival na verdade é um concurso, onde os butecos participam em várias categorias, sendo a principal o melhor prato ou tira-gosto. É quando os butecos ficam superlotados e conseguir uma mesa nesses lugares é quase impossível.

Festivais a parte, todo belo horizontinho tem um butequim preferido onde se pode sentar e bater um bom papo com conhecidos. Não precisa ser o bar da moda, nem servir aquela gelada perfeita... Basta estar ali, pertinho de casa, e ser frequentado por velhos amigos... Um exemplo é o Jeca, o bar do Tatu (rsrsrs), que a turmina do meu namorado frequenta.

Segue uma listinha de bares que eu freqüento em BH:

Café do Carmo – a única vantagem desse buteco é ficar no meio do caminho entre meu trabalho e o de uma amiga e companheira de buteco. Fica em frente o bar da Neca, que está sempre cheio... Aí vamos para o Café do Carmo que sempre tem mesas disponíveis.

Butequim da Esquina – fica num bairro classe média alta de BH, e pertinho de uma Universidade de playboys, por isso é freqüentado pelo que chamamos de “boys do bairro”, que são os boyzinhos que moram em repúblicas sustentadas pelo papai, e que vão para lá de chinelo.

Amarelim – são muitos Amarelim em BH, mas eu gosto do que fica na Savassi, pra comer um Brochete (picanha argentina com mandioca cozida e manteiga de garrafa).

Xico do Churrasco – tem no Barro Preto e no Caiçara. Ambos servem um churrasco bom, bonito e barato!

Bar da Cida - Já ganhou vários Comida di Buteco, nem por isso deixou de ser um copo sujo tradicional. Gosto de lá no inverno, para tomar o famoso Caldo de Mandioca da Cida.

Surubim no Espeto – Fica mais ou menos perto de casa, por isso vou lá de vez em quando. O bom é a Pizza Portuguesa, o prato com Salmão grelhado e o Surubim no espeto... hummm... O filé com fritas de lá anda meio caído, por isso passei a evitar.

A Gosto de Deus – é um buteco diferente, por que não é só sentar e beber, tem que pagar para entrar. Mas a casa antiga com quintal que vira estacionamento durante a semana, sempre nos recebe com uma boa roda de samba e a ótima bandinha Camarão de Rama!

domingo, 11 de outubro de 2009

Da população

Belo Horizonte tem, segundo a Wikipédia, a PBH e o IBGE, aproximadamente dois milhões e meio de habitantes, sendo a sexta cidade mais populosa do Brasil.

De acordo com minhas observações, a populção de Belo Horizonte não passa de uns trezentos mil, o que pode ser facilmente comprovado ao sair de casa. Em qualquer canto que se vá na cidade, é possível encontrar um parente, um conhecido, um ex-colega, um amigo do amigo, e por aí vai.

A teoria de que estamos separados de qualquer pessoa da humanidade por seis graus de conhecimento cai para duas em Belo Horizonte. A probabilidade de ver todo mundo que você quer encontrar (ou não-encontrar) aumenta para 5x se está acontecendo algum evento pela cidade. Como não tem nada para se fazer em Belo Horizonte, quando acontece alguma coisa, sobretudo ao ar livre no domingo, e sobretudo se as pessoas podem levar os filhos para se divertir, a cidade costuma se deslocar inteira para aquele ponto.

Não é que faltem programas para os belo horizontinos. Acho que o que falta mesmo é belo horizontinos em Belo Horizonte.

A população é basicamente composta por brancos, mas eu acredito que aqui todo mundo é muito misturadinho. Não tem dessa de ter só preto, como em Salvador e só loiro, como em Curitiba. E todo mundo tem um antepassado no século XVIII que foi escravo, ou alguma avó que era índia e foi pego no laço. Essas histórias pipocam pelas famílias mineiras desde que me entendo por gente. Também é bem difícil ter um avô que nasceu em BH. A maioria do povo mais velho veio de outras cidades e estados, mas isso se deve também ao fato de BH ser uma cidade-menina de apenas um pouco mais de um século de existência.

O povo Belo Horizontino é muito hospitaleiro. As mineiras, por exemplo, adoram uns cariocas, uns gaúchos e uns gringos. Os gringos comentam que Belo Horizonte é uma cidade muito agradável, reclamam do nosso calor mas a gente acha mesmo o nosso clima bem ameno, a despeito das tempestades que andam arrasando a cidade no início das primaveras, causas do superaquecimento global. Os americanos ficam surpresos com tantos prédios, me parece que nos EUA só NY é que tem prédios altos... Os africanos dizem que a cidade é bem limpinha. Os poloneses acham BH bem parecida com Varsóvia sob vários aspectos que não posso imaginar quais, por que não conheço Vasóvia.

Os primeiros belo horizontinos


Mas o dado mais importante que se precisa comunicar sobre os belo horizontinos é que são basicamente divididos entre atleticanos e cruzeirenses. É extremamente perigoso criticar qualquer uma dessas tribos em locais públicos, sob riscos de ser hostilizado. Os atleticanos são facilmente identificáveis, estão sempre vestidos com sua camisa alvinegra. Os cruzeirenses a gente nunca sabe quem são, ou mesmo se existem, por que não se pode ficar vestido sempre daquele azul celeste horrível, que não pode combinar com a pele de ninguém...

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Do Blog!

Esse novo Blog vai tratar de um assunto muito especial: a cidade de Belo Horizonte!

Aqui vou contar histórias da minha cidade, lendas urbanas, falar dos lugares que eu mais gosto, criticar as coisas que eu não gosto, comentar sobre hábitos e manias dos belo horizontinos, dar dicas de baladas, passeios, eventos, enfim, vou mostrar a capital mineira sob meu ponto de vista!

Conto com contribuições de todos para tornar este Blog o mais interessante possível!

Um grande abraço e aguardem as postagens que estou preparando, prometo caprichar!