quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Buteco com U


Que se diz por aí que Belo Horizonte é a cidade com mais butecos por quarteirões do Brasil, quiçá do mundo inteiro, não é nenhuma novidade.


Antes eu achava que essa lenda era coisa da mídia, para promover festivais como o nosso já tradicional Comida di Buteco, daí passei a andar pelas ruas contando quantos butecos havia nos quarteirões. Eu cheguei a contar 23 butecos num único quarteirão...

Não sei o que leva os belo horizontinos a gostarem tanto de um buteco. Tudo bem que não temos praia, mar etc, e que também somos um povo bebedor por natureza, mas fico pensando se há belo horizontino suficiente para tanto bar.

O fato é que em Belo Horizonte, butecar é um verbo fácil. E criatividade é o que não falta na hora de batizar os butecos. Geralmente o proprietário tem tanto carinho pelo seu empreendimento que o batiza com o próprio nome, é uma tendência bem forte chamar o buteco de Bar do João, Bar do Tião, Bar do Pedro, Bar do Zé... Quando um nome entra na moda então, não precisa ter haver com o dono, tá na mídia, pega, é por isso que tem tanto Bar do Manuel, Espetinho do Manuel, Churrasquinho do Manuel... Ou ainda, Xico do Churrasco, Xico da Carne... Vai se copiando, mas falando diferente... Também é comum um bar ter um nome, mas ser chamado de um carinhoso apelidinho, como o Bar do Antônio, por exemplo, que é mais conhecido como Pé de Cana.

Em BH há vários tipos de Buteco. Há dos piores copo sujos aos chiquezinhos. Para todos os públicos, gostos e bolsos. O bar evolui em BH, começa um muquifo, e à medida que vai se tornando patrimônio da região e o dono ganhando dinheiro, aumenta-se ali, reforma-se aqui... Até o bar ficar bem arrumadinho e abrir uma filial na Savassi.

O rito de passagem de um buteco muquifo para um arrumadinho é participar do festival já citado Comida di Buteco. Este acontece um pouco antes do inverno, e movimenta a cidade. É quando se substitui a tradicional Skol pela Bohemia, que é mais cara, mas patrocina o evento. O festival na verdade é um concurso, onde os butecos participam em várias categorias, sendo a principal o melhor prato ou tira-gosto. É quando os butecos ficam superlotados e conseguir uma mesa nesses lugares é quase impossível.

Festivais a parte, todo belo horizontinho tem um butequim preferido onde se pode sentar e bater um bom papo com conhecidos. Não precisa ser o bar da moda, nem servir aquela gelada perfeita... Basta estar ali, pertinho de casa, e ser frequentado por velhos amigos... Um exemplo é o Jeca, o bar do Tatu (rsrsrs), que a turmina do meu namorado frequenta.

Segue uma listinha de bares que eu freqüento em BH:

Café do Carmo – a única vantagem desse buteco é ficar no meio do caminho entre meu trabalho e o de uma amiga e companheira de buteco. Fica em frente o bar da Neca, que está sempre cheio... Aí vamos para o Café do Carmo que sempre tem mesas disponíveis.

Butequim da Esquina – fica num bairro classe média alta de BH, e pertinho de uma Universidade de playboys, por isso é freqüentado pelo que chamamos de “boys do bairro”, que são os boyzinhos que moram em repúblicas sustentadas pelo papai, e que vão para lá de chinelo.

Amarelim – são muitos Amarelim em BH, mas eu gosto do que fica na Savassi, pra comer um Brochete (picanha argentina com mandioca cozida e manteiga de garrafa).

Xico do Churrasco – tem no Barro Preto e no Caiçara. Ambos servem um churrasco bom, bonito e barato!

Bar da Cida - Já ganhou vários Comida di Buteco, nem por isso deixou de ser um copo sujo tradicional. Gosto de lá no inverno, para tomar o famoso Caldo de Mandioca da Cida.

Surubim no Espeto – Fica mais ou menos perto de casa, por isso vou lá de vez em quando. O bom é a Pizza Portuguesa, o prato com Salmão grelhado e o Surubim no espeto... hummm... O filé com fritas de lá anda meio caído, por isso passei a evitar.

A Gosto de Deus – é um buteco diferente, por que não é só sentar e beber, tem que pagar para entrar. Mas a casa antiga com quintal que vira estacionamento durante a semana, sempre nos recebe com uma boa roda de samba e a ótima bandinha Camarão de Rama!

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